Febre Amarela – Orientações básicas, porém importantes sobre a doença.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos (Aedes aegypti, Haemagogus e Sabethes), que possui dois ciclos epidemiológicos de transmissão, caracterizados como: urbano e silvestre.
Mas o que diferencia a febre amarela urbana (FAU) e a febre amarela silvestre (FAS)?
No caso da febre amarela urbana, ou seja, na cidade, o vírus é transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue.
Já a febre amarela silvestre é uma doença infecciosa febril aguda, ela ocorre na mata (a doença é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus), os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus. Apesar disso, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção. Obs.: desde 1942, o Brasil não registra casos de febre amarela urbana.
Pessoas que estão em áreas do Brasil, onde a transmissão é possível, deverão ser vacinadas, principalmente indivíduos não vacinados e que se expõem em áreas de mata.
A vacina está recomendada nas ações de rotina dos programas de imunizações (Calendário Nacional de Vacinação), e deve ser aplicada em residentes da Área Com Recomendação de Vacina (ACRV) e em viajantes que se deslocam para as áreas de risco.
Confira aqui os locais e suas classificações de recomendação para a vacina
O tratamento da doença é apenas sintomático, deverá ter cuidados e assistência ao paciente, que deverá estar hospitalizado e precisará permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.
Em casos mais graves da doença, deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de óbito.
Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), pois podem causar hemorragia.
A única forma de evitar a doença é através da vacinação. A vacina está disponível durante todo o ano nas unidades de cuidados de saúde de forma gratuita e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco. A vacina pode ser administrada após seis meses de idade e é válida por dez anos.
A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para estes grupos, levando em conta o risco de eventos adversos.
Fique atento aos sintomas, pois de três a seis dias após ter sido infectado, eles começam a aparecer.
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem:
- o início súbito de febre;
- calafrios;
- dor de cabeça intensa;
- dores nas costas;
- dores no corpo em geral;
- náuseas e vômitos;
- fadiga e fraqueza.
Atenção: a maioria das pessoas melhoram após estes sintomas iniciais. Porém, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.
Em casos graves, a pessoa pode desenvolver:
- febre alta;
- icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos);
- hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal);
- eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Caso você apresente esses sintomas, procure um médico. Não há nenhum tratamento específico contra a doença, mas o médico tratará os sintomas, como dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos adequados. É importante identificar os casos que necessitam de internação hospitalar após avaliação médica.
Por Dr. Fellipe Pandolfi